
O que transborda da margem, por Laís Caetano
Começo afirmando: o Laboratório não era o que eu imaginava…
Ainda bem.
Quando me vi imersa na vida acadêmica, acreditei encontrar, no laboratório, uma chance — talvez até uma exigência — de moldar minha escrita aos contornos desse mundo tão cheio de formas, prazos e normas. Um mundo que me cobra, constantemente, uma linguagem que não me veste inteira. Pensei que o Laboratório me ensinaria a caber.
Mas ele fez o contrário.
Ainda bem.
O que encontrei ali foi espaço — para escuta, para memória, para silêncio e presença. Encontrei, antes de tudo, a mim. E, no reflexo do outro, reconheci fragmentos da minha própria história. Foi então que provei, com surpresa, o gosto agridoce de me escrever. De olhar para dentro com coragem e transformar em palavra o que tantas vezes preferi calar.
Difícil, porque dói.
Necessário, porque liberta.
A cada linha, fui compreendendo que minha trajetória — com todas as suas rupturas, pausas, voltas e recomeços — podia ser matéria de escrita. Não como produto, mas como pulsação. E assim nasceu minha escrita afectiva: urgente, indócil, cheia de vida. Tecida por memórias miúdas, por ecos de outras vozes, por dores que se atravessam e se encontram.
Histórias que, ora se assemelham às de es colegas, ora caminham em rota própria — mas que, no Laboratório, foram acolhidas, validadas, transformadas em linguagem e afeto.
Ali, compreendi que não era preciso me enquadrar, mas escutar o que em mim transborda da margem.
E escrever.


Laís Caetano Lira
Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); Professora da Educação Básica na Secretaria de Estado de Educação em Mato Grosso (SEDUC - MT); Mestranda em sociologia na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Insta: @alaiscaetanolira
Eu não nasci negra, me tornei. por Poliana Afonso
É muito curioso a minha percepção, na realidade conscientização de que eu sou uma mulher negra. Demorei anos para entender isso. A minha vida toda eu era considerada morena do cabelo bom. Até que um dia minha prima que é uma mulher branca me disse :você é negra de pele clara” neste dia em diante tomei consciência de que sofri várias vezes racismo até mesmo dentro da universidade. E que até a cor da pele impacta na hora de entrevista de emprego. Antes disso não me enxergava como mulher negra!! Hoje eu tenho orgulho de ser uma Mulher negra!!!! E vou sim ocupar o meu espaço no mundo!!!! Um espaço que já foi na maioria das vezes negado para nós pessoas negras. Sobre me tornar negra já verbalizar muitas vezes em grupos de amigos, porém é a primeira vez que materializei em forma de palavras escritas por causa do Laboratório escritas afetivas que me proporcionou está oportunidade!! Aprendi com a Malu que podemos sim escrever na primeira pessoa a nossa história, sermos protagonista dela e que também ser usada no mundo acadêmico e que o mais importante não é ortografia, normas gramaticais e sim a criatividade, essência e argumento do texto. Quando a Malu propôs a última atividade, que era escrever este texto, pensei o que vou escrever!! Aí lembrei da fala da Malu ‘Escuta sua corpa’ E foi o que eu fiz!!
Hoje entendo que torna-se negra é um processo e que ainda tenho muito o que aprender sobre a história do meu povo e sobre o feminismo negro!!


Poliana Afonso
Nutriciosnista Insta: @poliananutricionsita
Me Escutar Foi o Começo de Me Escrever, por Auã Azevedo
Participei dessa monitoria porque achava minha escrita muito travada, e quando estive na primeira aula, vi que a trava estava no medo do julgamento do outre, por isso não conseguia apresentar meus textos, tampouco publicá-los por vergonha, medo e por causa de pensamentos sabotadores, mas o que me surpreendeu foi a abordagem de Malu, por que ela pediu para as pessoas envolvidas contarem as suas histórias.
Ter essa experiência de validar a minha narrativa com meu corpo gorde, de início foi um susto, porquê aprendi a não valorizar quem fui e não olhar à minha trajetória, porém vi de fato como é a abordagem e me acalantou pelo acolhimento que recebi de todas as pessoas presentes.
Não é fácil, muitas vezes, validar minhas dores, me perdoar e dichavar meus sentimentos, mas aprendi através desse acolhimento, também, que quando há uma escuta afetiva e um local seguro, torna-se mais digestivo essa prática, já que na minha realidade, comecei a entender que não sou errado por sentir e que preciso me respeitar a ponto de saber que o que falo e escrevo importa e me movimenta.
Dedico essa texto às pessoas envolvides e que por causa de vocês, também, me sinto mais útil e importante. Obrigade.
Eu não sei escrever. por Loraine V. Gaino.
Eu comecei o Laboratório de Escritas Afetivas com esse pensamento. E fui pra esse laboratório muito desconfiada e resistente. Algo meu queria se haver com meu próprio processo de escrita depois de 10 anos de tentativas frustradas de me tornar uma escritora… ACADÊMICA. Foram cerca de 5 treinamentos específicos, além de um curso de seis meses, pra tentar dar conta de fazer algo que eu achava que eu precisava: escrever bem um artigo científico.
O resultado de tantas empreitadas acabou sendo só um sofrimento intenso: eu escrevia nesse estilo, mas sempre muito porcamente. O texto do meu mestrado foi totalmente revisado pela minha orientadora, o do doutorado, por um colega, professor de Letras, e ambos, por uma empresa revisora de ortografia e escrita acadêmica. Os artigos científicos sempre foram escritos em conjunto e eu contribuía de várias outras formas – analisando dados, fichamentos, organizando para o processo de publicação, etc… mas escrevendo, muito pouco.
Os concursos que prestei após o doutorado também confirmaram o que minha ex-orientadora de mestrado e doutorado repetia todo encontro de orientação: você não sabe escrever. Tive notas bem medianas nessas avaliações de texto.
Um dos resultados disso foram anos fugindo da escrita. Eu até escrevo algumas coisinhas pífias pra redes sociais, impulsionada pela necessidade de produzir conteúdo para minhas páginas profissionais, mas nada com muito impacto e profundidade. E até mesmo, num movimento irônico da vida, foi eu fazer um pós-doutorado num programa de um curso de LETRAS. Mas mesmo assim, escapei da produção de escrita. Fiz várias atividades no pós-doutorado: participei de Grupo de Estudos, dei aulas, organizei eventos, apresentei em um congresso… mas, o máximo que produzi de escrita foi um resumo pra esse congresso. Eu resistia e fugia de escrever. “Você não sabe escrever” – ecoava sempre em mim a frase da minha ex-orientadora.
Bom, se eu não sei escrever, como você está me lendo?
É que nessa frase “Eu não sei escrever” falta um advérbio de modo bem especifico… Eu não sei escrever ACADEMICAMENTE.
E essa palavrinha “academicamente” nessa frase foi fundamental pra dar um limite extremamente necessário. Eu não sei escrever para esse lugar ACADÊMICO que demanda um estilo de escrita formal, sintético, objetiva, polido e, principalmente, estéril. Entendi que esse estilo de texto é uma tentativa de emular o que parte das ciências tentam ser: racionais e neutras. O que bem sabemos que não é verdade, mas elas continuam tentando.
Portanto, a escrita científica-acadêmica deve ser impessoal e assujeitada. Assujeitada aqui, pra mim, significa “sem sujeito”, ou seja, sem subjetividade. Não importa quem realiza a pesquisa, não deve transparecer nada daquele que escreve. Sabemos que isso é impossível, a autoria acaba aparecendo de alguma forma. Mas o que quero dizer é que, objetivando esse lugar extremamente racional, objetivo, direto e sintético, há um esforço para o apagamento da subjetividade da pesquisadora. E aqui o Laboratório me trouxe um segundo insight dolorido e necessário: meu corpo resistiu a esse apagamento subjetivo.
Lembrem-se que disse que eu fiz vários cursos para aprender a escrever cientificamente-academicamente. Inclusive, quando tive oportunidade de ser orientadora de Trabalhos de Conclusão de Curso, todes mis alunes tiveram notas máximas nas avaliações ou muito próximo dessas. Afinal, cognitivamente e racionalmente eu tinha e sabia todas as ferramentas para esse estilo de texto. Inclusive, fui muito eficiente na orientação desses trabalhos acadêmicos. Porém, a cognição-racionalidade não era suficiente. Porque não há algo central para a escrita: o corpo.
Essa semana, inclusive, nos meus atendimentos clínicos (sou psicóloga) uma analisanda me trouxe algo incrível. Ela é professora de ensino infantil e seu campo de especialidade é a alfabetização. Ela me contou que nenhuma criança consegue aprender a escrever uma letra se aquilo não tiver sido vivido pelo corpo dela. Explicou-me que, para alfabetizar a criança, essa precisa sentir a letra desenhada no chão, numa massinha, na pele – ela rabisca a letra nas costas da criança, por exemplo. E só depois, de todo esse processo, a criança consegue desenhar a letra.
Portanto, em todos esses 10 anos, meu corpo resistiu a uma escrita estéril e fria. Minha “cabeça”, a parte racional, intelectual, queria que eu o fizesse, mas meu corpo se recusava. As frases, parágrafos acabavam saindo confusos ou, minimamente, medíocres. E por isso eu ouvi tantas críticas…
Para aquelus que não sabem, a facilitadora do Laboratório, Malu Jimenez, é uma baita pesquisadora e, para mim, a maior liderança do ativismo do corpo gordo, aliás, das corpas gordas do Brasil. Portanto, discussões sobre corpo nessa Oficina me movimentaram esse insight: eu precisava escrever com meu corpo, não com meu intelecto.
Enfim, finalmente, eu pude entender que sei sim escrever. E complemento com algo importantíssimo que aprendi com o Laboratório, não apenas digo que SEI SIM ESCREVER, mas principalmente EU POSSO ESCREVER. E vocês estão acompanhando esse momento de virada de chave comigo.
Eu não quero escrever para a esterilidade acadêmica, esse muito higiênico, frio, calculista e moralista. Pra mim me interessam corpas e escritas dissidentes, na qual há sujeitas, sujeites, sujeitos cheio de subjetividade, afetos e vida. Escritoras e leitoras que existem, pensam e, principalmente, sentem. Sentem com todas a pele, órgãos, entranhas, tripas. Se afetam. Eu não quero essa escrita limpinha. Quero a bagunça do corpo que brinca e o caos da subjetividade. De toda vida pulsante. Que se lasquem as regras ortográficas e a normas da ABNT.
Eu existo e sempre existi. Com todo o tamanhão de uma mulher alta e gorda. Uma corpa que resistiu a escrever de forma acadêmica e que sempre resistiu em ser pequeno. Uma corpa que eu tentei emagrecer até meus 30 anos. Então, talvez, eu também esteja entendendo que minha corpa, eu e minha escrita tem direito de existir e ser. Exatamente do jeito que é.
Portanto, quero ser mais uma corpa, voz e letras que ecoa junto com a vida que há muito além dos muros das instituições acadêmicas. Uma pessoa que escreve para a vida.
Eu sei escrever.


Loraine V. Gaino
Psicóloga e Psicanalista CRP 06/102428 Doutora em Ciências – EERP/USP Insta: @psicaotica
Crônicas do cotidiano: Encontros, Afetos e (re)existências de uma pesquisadora Artivista GORDA
XIX Congreso de la Asociación Internacional de Mujeres Filósofas
“Feminismos hoy, aportes filosóficos contra la violencia, la discriminación y las exclusiones”
La filosofía como práctica feminista / Philosophy as a feminist practice
Feminismo Gordo: por uma filosofia gorda
Feminismo gordo: hacia una filosofía gorda
Em maio de 2023, tive a oportunidade de participar de um Congresso feminista na Universidade de Buenos Aires (UBA), na Argentina, para compartilhar reflexões sobre o feminismo gordo e a filosofia gorda. Foi uma experiência marcante, tanto pelo desafio de apresentar em outra língua quanto pelo acolhimento caloroso das mulheres filósofas que compunham o debate. Além disso, conheci uma rede inspiradora de mulheres filósofas que estão promovendo mudanças significativas em suas universidades no Brasil e no mundo.

Tive um reencontro maravilhoso com uma amiga que conheci na época da Universidade, faz tempooooo 97-98. Estavamos indo para um Evento de Filosofia em Belém do Pará, e a conheci no ônibus que viajavamos, de lá pra cá nos vimos algumas vezes pontuais, inclusive quando morei na Espanha ela também morou por lá, mas fazia mais de 10 anos que não nos víamos. Foi emocionante reviver tantas memórias juntas! Para tornar o momento ainda mais especial, ela me convidou para passear em Buenos Aires. Lá, exploramos a cidade, rimos muito e provamos comidas incríveis que só tornaram a experiência ainda mais inesquecível. Foi um daqueles encontros que aquecem o coração e nos fazem perceber o quanto as amizades verdadeiras resistem ao tempo e à distância.

Minha proposta no evento foi discutir como o regime cisheteronormativo influencia a reprodução de corpos e subjetividades dentro de um pensamento hegemônico, que categoriza corpos como “normais” ou “patológicos”. A gordofobia, enquanto violência epistêmica, muitas vezes silencia as experiências das pessoas gordas. No entanto, o feminismo gordo surge como uma resposta potente, propondo novas epistemologias que valorizam sentimentos, dores e vivências como formas legítimas de conhecimento.
Inspirada por pensadoras como Donna Haraway, busquei refletir sobre como os discursos de poder moldam tecnologias e corpos dentro do capitalismo contemporâneo. O feminismo gordo, nesse contexto, não apenas denuncia essas violências estruturais, mas também propõe epistemologias decoloniais que reconhecem as experiências das mulheres como saberes revolucionários.

A partir da minha vivência como filósofa feminista gorda no Brasil, percebo a importância de trazer à tona nossas narrativas insurgentes. O que significa habitar um corpo considerado abjeto numa sociedade centrada na heteronormatividade e na magreza? Como podemos transformar essa vivência em uma proposta política que ressignifique nossas formas de ser e estar no mundo? Essas questões têm guiado minha jornada acadêmica e ativista.
Utilizando a autoetnografia como método, procuro explorar novas maneiras de filosofar, rompendo com paradigmas cisheteronormativos e eurocêntricos. Minha pesquisa busca valorizar os saberes locais, os afetos e as histórias que transbordam das nossas corpas. Trata-se de um trabalho criativo e político, que propõe uma filosofia gorda comprometida com a transformação social.
Essa jornada tem sido um encontro com dores, afetos e curas. É um convite para revisarmos as estruturas de produção de conhecimento e criarmos novos caminhos que reconheçam nossas potencialidades. Afinal, filosofar também é resistir e revolucionar. Que possamos continuar construindo um mundo mais inclusivo e acolhedor para todas as corporalidades!
A Luta por Espaço e Voz no Debate sobre Gordofobia em Saúde

A Luta por Espaço e Voz no Debate sobre Gordofobia em Saúde
Quem vê close, não vê corre. Esse ditado popular nunca fez tanto sentido pra mim como nos últimos meses. A gente olha as redes sociais, as fotos bonitas, as conquistas, mas esquece que por trás de cada vitória tem muito suor, luta e, às vezes, lágrimas. E hoje quero compartilhar com vocês os bastidores de uma das experiências mais marcantes da minha trajetória nos estudos e ativismo gordo: nossa participação no 9º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde – ABRASCO, que aconteceu em novembro de 2023, em Recife.
O tema central do evento já era potente: “Emancipação e Saúde: Decolonialidade, reparação e reconstrução crítica”. E foi nesse espaço que conseguimos propor e realizar a primeira mesa de debate sobre gordofobia pelos estudos do corpo gordo. Sim, pessoas gordas falando sobre seus próprios corpos, suas pesquisas e suas experiências. Parece óbvio, mas acreditem: foi uma jornada árdua para chegar lá.
A Proposta: Falar Sobre Gordofobia na Saúde
A ideia da mesa “Gordofobia: violências em saúde” surgiu da necessidade urgente de trazer para o debate o atendimento precário e muitas vezes desrespeitoso que as pessoas gordas enfrentam no sistema de saúde. A gordofobia, infelizmente, ainda é uma lógica que permeia práticas médicas, dificultando tratamentos e criando barreiras que impedem a promoção da saúde para corpos gordos.
Nossa proposta era trazer novos saberes decolonizados e questionar o paradigma da obesidade, que patologiza corpos fora de padrões normativos. Queríamos falar sobre as violências estruturais, o preconceito epistemológico e a urgência de despatologizar os corpos gordos. Além disso, destacar as resistências construídas por pessoas gordas através da arte, cultura e ativismo.
A Primeira Barreira: A Rejeição da Proposta
Quando enviamos a proposta, veio a resposta: não seria possível incluir nossa mesa porque havia muitas inscrições. Foi um balde de água fria. Mas quem me conhece sabe que eu não desisto fácil. Olhei toda a programação e percebi que não havia absolutamente nada sobre gordofobia pelos estudos do corpo gordo. Isso me indignou profundamente.
Então, comecei a mobilizar pessoas, enviei inúmeros e-mails para a organização do evento, argumentei, discuti e pedi uma revisão na seleção. Depois de muita insistência, recebemos a notícia: nossa mesa foi aprovada! Foi uma vitória suada, mas só o começo do desafio.
O Dia da Mesa: Um Encontro com Resistências
No dia da mesa, chegamos ao auditório no Centro de Biociências sob o calor típico de Recife. Encontrei um grupo de pessoas do lado de fora do auditório. Perguntei por que não estavam lá dentro no ar condicionado e ouvi relatos de que estavam se sentindo mal com o que estava sendo dito lá dentro. Entramos juntEs.
O cenário era desconfortável: um grupo majoritariamente branco e magro falando sobre “obesidade” de forma biologicista e violenta, ignorando completamente a presença das pessoas gordas ali na sala. Foi um momento difícil. Quem é gordo sabe como essas situações podem disparar gatilhos emocionais. Mas decidimos resistir.
Quando abriram para falas, levantei a mão e expus como aquela experiência tinha sido violenta. Falei sobre o desrespeito em ignorar nossa presença ali e como era urgente promover um debate mais ético e inclusivo. Uma das coordenadoras pediu desculpas, mas eu destaquei que não era só sobre desculpas – era sobre respeito, informação e dignidade.
A Nossa Voz Foi Ouvida
Depois disso, começamos nossa palestra. Aos poucos, mais pessoas foram chegando. O auditório lotou. E ali aconteceu algo mágico: entregamos uma fala potente, revolucionária e emocionante. As pessoas aplaudiram de pé. Foi um momento que nunca vou esquecer.
Toda a luta para ocupar aquele espaço fez sentido naquele instante. Foi uma prova viva de que nossas vozes importam e que é possível transformar espaços tradicionalmente excludentes em lugares de acolhimento e resistência.
Essa experiência me ensinou muito sobre persistência e sobre como é importante ocupar espaços onde nossas vozes ainda são silenciadas ou ignoradas. A luta contra a gordofobia é diária, mas momentos como esse renovam nossa força e mostram que estamos no caminho certo.
Ali, naquelas palmas e o auditório lotado tudo fez sentido, por toda luta, insistência, violência que passamos para ocupar aquele espaço, aquela fala, aquele encontro!

Lute como uma gorda é um blog criado pela Profa. Dra. Malu Jimenez, ativista e pesquisadora do corpo gordo. Aqui reunimos e potencializamos conteúdos sobre este tema, a fim de construir, conectar e formar pessoas que se interessem pela causa.
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